A interculturalidade constitutiva do mundo ficcional vonnegutiano
Palavras-chave:
Vonnegut, interculturalidade, experiência, alemão, estadounidenseResumo
Propomos estudar as marcas textuais de interculturalidade na obra literária de Kurt Vonnegut e refletir sobre elas seguindo a perspectiva geral apresentada por Sanz Cabrerizo (2008). Uma série de experiências iniciais na vida deste escritor mostram a perda da inocência em relação com certas identidades sociais eculturais fechadas, modeladoras de visões de mundo. Estas expressões de ruptura de ordens conhecidas, de cruzamentos das fronteiras do que é familiar infanto-juvenil, encontrarão um espaço para serem revisitadas, pensadas e elaboradas na narração infantil e, mais adiante, na intensa atividade oratória de Vonnegut assim como a incursão na escrita jornalística cultural. A reflexão propiciada pela elaboração narrativa, retórica e estética dará frutos em, sinteticamente quatro aristas: 1) uma forte crítica a cultura dos Estados Unidos; 2) uma valorização da cultura alemã herdada da sua família, junto com um questionamento cuidadoso da demonização do alemão atiçada pelo nazismo; 3) uma insistência na desigualdade social como transversal a outros tipos de iniquidades (étnicas, de gênero, nacionais); e 4) um humanismo militante e pacifista, que advoga pela compaixão, a concórdia e o sagrado da dignidade humana para além de toda diferença.
Referências
Allen, W. R. (Ed.) (1999). Conversations with Kurt Vonnegut. Jackson: University Press of Mississippi.
Bender, T. (2011). Historia de Estados Unidos, una nación entre naciones (Alcira Bixio, trad.). Buenos Aires: Siglo XXI.
Céline, L. F. (1985). Viaje al fin de la noche (Carmen Kurtz, trad.). Barcelona: Seix Barral.
Cullen, J. (2003). The American Dream. New York: Oxford University Press.
Görmez, A. y Ekineker, Z. (abril, 2016). The Sources of Inspiration for Happy Birthday, Wanda June by Kurt Vonnegut: Oddyssey and Ernest Hemingway. Cankiri Karatekin University Journal of Institute of Social Sciences, 7(1), 697-706. Recuperado de http://sbedergi.karatekin.edu.tr/ Makaleler/1193419950_34-Wanda%20June.pdf
Hume, K. (marzo, 1982). The Heraclitean Cosmos of Kurt Vonnegut. Papers on Language & Literature, 18(2), 208-224. Recuperado de https://www. academia.edu/8606562/The_Heraclitean_Cosmos_of_Kurt_Vonnegut
Leeds, M. (2016). The Vonnegut Encyclopedia. New York: Delacorte Press.
Marvin, T. F. (2002). Kurt Vonnegut, a Critical Companion. Westport: Greenwood Press.
Sanz Cabrerizo, A. (Comp.) (2008). Interculturas/Transliteraturas. Madrid: Arco Libros.
Scholes, R. (1973). Chasing a Lone Eagle: Vonnegut’s College Writing. En Klinkowitz, J. y Somer, J. (Eds.) (1973). The Vonnegut Statement (pp. 45- 54). New York: Delacorte Press / Seymour Lawrence.
Ştiuliuc, D. (diciembre, 2011). The American Dream as the Cultural Expression of North American Identity. Philologica Jassyensia, 7(2), 363–370. Recuperado de http://www.diacronia.ro/ro/indexing/details/ A1030/pdf
Vonnegut, K. (1971). Las sirenas de Titán (Aurora Bernárdez, trad.). Buenos Aires: Minotauro. (Original: 1959).
Vonnegut, K. (1977b). Guampeteros, fomas y granfalunes (Marcelo Covián, trad.). Barcelona: Grijalbo. (Original: 1974).
Vonnegut, K. (1977a). Payasadas (Gregorio Vlastelica, trad.). Buenos Aires: Pomaire. (Original: 1976).
Vonnegut, K. (1988). Galápagos (Rubén Masera y Francisco Abelenda, trad.). Buenos Aires: Minotauro. (Original: 1985).
Vonnegut, K. (1992) Fates Worse Than Death, New York, Berkley Books.
Vonnegut, K. (1993). Hocus Pocus (Argelia Castillo y Homero Flores, trad.). México: Grijalbo. (Original: 1990).
Vonnegut, K. (1994). Welcome to the Monkey House, Palm Sunday. Londres: Vintage.
Vonnegut, K. (2010). Matadero cinco o la cruzada de los niños (Margarita García de Miró, trad.). Barcelona: Anagrama. (Original: 1969).
Vonnegut, K. (2016). Desayuno de campeones (Carlos Gardini, trad.). Buenos Aires: La Bestia Equilátera. (Original: 1973).
Vonnegut, K. (2016). Madre noche (Carlos Gardini, trad.). Buenos Aires: La Bestia Equilátera. (Original: 1961).
Vonnegut, K. (2017). Dios lo bendiga, señor Rosewater (Carlos Gardini, trad.). Buenos Aires: La Bestia Equilátera. (Original: 1965).


